Em volta do buraco tudo é beira
A angústia sexual de Kathy Acker, os erros de Cecília Pavón, os escribas de Marcílio França Castro, a angústia sem sexo de Jon Fosse, a Madnaus de Susy Freitas e um manual pra viver no fim do mundo
Sexo em pânico
“Eu realmente adoro foder. Esses desejos, desejos inexplicáveis dentro de mim, me deixam enlouquecida, e não tenho como me livrar deles. Vivê-los. Tenho 27 anos e adoro foder. Às vezes, com quem eu quero; outras vezes, e não posso dizer quando, mas me lembro dessas ocasiões, com qualquer um que me tocar.”
A abertura de Sonhei Que Era Ninfomaníaca (trad. Livia Drummond) prova que Kathy Acker não estava de brincadeira com suas obsessões, mas não deixava de brincar com elas. Musa queer, pós-beatnik e protopunk, feminista quando era perigoso, experimentalista quando não rendia fama, Acker foi incandescente enquanto viveu (1947-1997). Pioneira na estética da apropriação – seu texto continha cortes de William Burroughs, Erica Jong, Sade, Bataille, Rimbaud – , Acker misturava trechos de diários com fantasias alucinantes em que tanto podia ser Toulouse Lautrec quanto James Dean ou Janis Joplin.
Em tudo o que escreve, sua hipnótica e perigosa pulsão libidinal é uma injeção de adrenalina direto no coração: enquanto diverte, nos deixa com medo e até pânico. A valente editora Crocodilo coloca ainda na roda os igualmente perturbadores A Vida Adulta de Toulouse Lautrec, de contos (trad. Drump Goo) e o esboço de autobiografia A Vida Infantil da Tarântula Negra por Tarântula Negra, em que a subversão de Acker vai ao ponto de usar sua caótica energia sexual para mudar de gêneros às vezes na mesma página, trocando de posição no meio da transa sem dar pausa pro leitor respirar.
Cecília Pavón falha de novo e falha melhor
Em Pequeno Inventário dos Meus Erros (trad. Marcelo Lotufo, Jabuticaba), livrinho de 2016, a poeta argentina dispõe breves narrativas em que foca um trabalho onde o erro é o centro e a faísca: a oficina de escrita criativa. Como professor desde 2006, mais ou menos a época em que Cecília Pavón se lançou às aulas, comecei a pensar que este ofício merecia ser mais abordado na nossa literatura (só lembro de Leonardo Villa-Forte tematizar o universo em seu O Princípio de Ver Histórias em Todo Lugar). Escritores-professores sempre existiram, mas os de escrita criativa só despontaram nos anos 1970, com Gílson Rampazzo, João Silvério Trevisan e Assis Brasil. Hoje, 2024, fato, os professores de escrita criativa estão em todo lugar: raro conhecer algum escritor que não ganhe a vida assim.
Já os hispânicos frequentam o assunto há mais tempo. Roberto Bolaño, que nunca se formou em universidade (a não ser a Desconhecida), é egresso em uma geração de escritores que negavam a cátedra limpinha, mais próxima da crítica, e preferiam se sujar no embate direto com a ficção e a poesia. Muitas narrativas suas se passam em tais talleres, como Estrela Distante, seu livro mais perfeito. O narrador, Alberto Ruiz-Tagle, está apaixonado por duas irmãs que também frequentam sua oficina de escrita quando surge um aluno que perturba a todos pelo talento e magnetismo – Carlos Wieder, um dos fascistas mais horríveis e apaixonantes da história da literatura.
Longe do Mal de Bolaño, os dois primeiros contos de Pequeno Inventário se passam em leves oficinas de escrita e, como os demais narrativas do livrinho, são fofamente autoficcionais. No primeiro, de título “Do it yourself”, Pavón conta que quinzenalmente, às onze da manhã de sábado, ela aparece nessa atividade tão simples quanto “completamente viciante”: “supostamente, eles nos pagam para dizermos sobre o que escrevem, mas na verdade, se eu fosse rica, pagaria a eles para os escutar”, revela.
Não nego já ter pensado o mesmo em relação às minhas conversas ao pé do Zoom (talvez não confessasse tão candidamente quanto Pavón porque, você sabe, os boletos). “Passaria a vida em um círculo de cadeiras em uma sala de estar de Buenos Aires escutando histórias”, afirma, o que me lembra que esta foi exatamente minha sensação durante a pandemia, quando, completamente isolado em São Paulo, fui salvo por cerca oitenta alunos em oito turmas simultâneas online: achei que estaria condenado àquele círculo de narrativas para sempre.
“Penso na literatura como um grande cobertor que cobre uma ausência”, diz Pavón, em outra de suas grandes frases mascaradas por seu miúdo tom de quem não quer chamar a atenção. Mais que falar só de si, como sói acontecer (fazia tempo que não escrevia “sói acontecer”, estava com saudade) com escritores de autoficção, quase sempre tão umbiguistas, afundando no próprio flunfo, esta argentina nascida em Rosario é dotada de um belo par de orelhas. Está sinceramente interessada no que os outros escrevem ou falam ou fazem à sua volta. Fala de si quando fala de terceiros – como o garoto que escreve cenas sozinho em bares, ou outra que diz que as palavras são como sangue na boca, ou outro que a informa: a orfandade pode existir mesmo tendo-se pai e mãe. O título em espanhol, Pequeño Recuento Sobre Mis Faltas, alarga a compreensão dos “erros”. Se a literatura é um cobertor sobre ausências, a oficina de escrita se encarrega de tapar esta falta, esta orfandade que todo escritor sente ao escrever.
“É muito estranho escrever. E também muito difícil (...) Não há nenhum outro lugar no qual se esteja mais sozinho do que quando escrevemos, mais desamparado (...) Escrever é o contrário de ter paz, escrever é algo completamente incômodo. Porque, quando escrevemos, um vórtice se abre no céu e a voz de um pai sem autoridade nos grita Do it yourself”, ela escreve, lembrando o slogan punk de todo fanzineiro independente.
Costumo dizer que nas oficinas busco promover o meu ideal ético e político: uma dialética entre competitividade e solidariedade. A disputa pela glória é óbvia e viciante: entre dez pessoas, haverá um autor cuja voz sobressai, e em toda turma todos sabem quem se realiza em nível mais alto, e sempre há aquele que chegou na aula pra botar pra foder. Mas literatura não é corrida de cavalos, e então, quando surge um texto “defeituoso”, cheio de faltas, os colegas vão sugerir caminhos, opções, possibilidades. O que era estritamente individual passa a ser um delírio coletivo, um sonho compartilhado: nem o texto perfeito se contenta em sê-lo se não tiver leitores, nem o texto imperfeito poderá ser transformado sem os empurrãozinhos ao redor.
“Às vezes me pergunto se não vivo para sustentar essa crença na beleza”, diz Pavón. “Gosto de pensar que se eu viver para sustentar essa fé, um dia vou eu mesma me tornar mais bonita (...) Numa oficina se produz fusão espiritual momentânea. Muitos poderiam ver algo de vampiresco no que proponho e de fato (...) no fim de uma oficina me sinto exaurida”, revela, em seu conto que tem muito de ensaístico.
Tamo junto, amiga, conheço bem essa exaustão após ser atravessado por milhares de estórias alheias. Mas sim, além da satisfação em matar boletos com literatura em vez de ser bancário, funcionário público ou Uber, dar oficinas oferece a chance de um vislumbre efêmero de beleza, de realização estética como performance, já que tal leitura só acontece naquela hora pela primeira vez e nunca mais: uma comunhão que se às vezes tem algo de religioso, às vezes pode ser só o prolongamento de falhas e frustrações – que, claro, se dissiparão no instante em que a aluna ou o aluno surgirem com um texto genial que vale a aula. (Aconteceu noite dessas, aliás.)
Em “Rap freestyle”, o exercício autoficcional de Pavón bebe das maluquices de César Aira e imagina a escritora em 2047, aos 73 anos, 43 anos depois de ter começado a dar oficinas. Ela está infeliz pois, cultora do breve e do fugaz, não conseguiu escrever a sonhada prosa longa: “arrumei a casa para que outros escrevessem um romance”, lamenta. Imagina o destino de seus alunos; nem todos alcançaram a glória, mas a sua ela obteve ao ser citada em um poema de uma aluna: “Apesar de não ter escrito um romance, meu nome esteve em um verso de um poema de uma garota que era divina e dizia querer cantar rap freestyle. E existe algo mais poético que rap freestyle?”,
“Trisha Erin” descreve a hilária visita de uma poeta inglesa a Buenos Aires traduzida pela narradora, que a admirava até descobrir que pessoalmente a artista não passa de uma narcisista carentona incurável. O conto é um exercício de desnudamento das patetices histéricas que cercam o mundinho cultural – como Pavón observa o mundo da perspectiva de uma tradutora quase invisível, tem a liberdade e o distanciamento para sublinhar as imposturas de curadores, artistas, críticos e ricaços que alimentam o sistema. Este tom menor da poeta a permite fazer críticas corrosivas ao capitalismo e ao consumismo – as quais não deixa de aplicar ao próprio comportamento, como em “Todas as bolsas que tive”.
O continho lembra a Teoria da Bolsa de Ficção de Ursula K. LeGuin (N-1), em que a autora de ficção científica propõe que a civilização não foi estruturada somente no manejo das ferramentas e armas fálicas criadas pelos homens – mas que a cultura deve tanto ou mais às bolsas carregadas pelas mulheres:
“Se é humano colocar algo que você quer, porque é útil, comestível, ou bonito, numa bolsa, numa cesta, ou num pedaço de casca ou numa folha enrolada, ou num ninho tecido com seu próprio cabelo, ou como que você tenha à mão, e então levá-lo para casa com você, sendo a casa outro tipo de bolsa ou saco, um recipiente para pessoas, e então mais tarde tirá-lo e comê-lo ou compartilhá-lo ou armazená-lo para o inverno em um recipiente mais sólido ou colocá-lo num patuá ou no altar ou no museu, o lugar sagrado, o espaço que contém o que é inviolável, e depois, no dia seguinte, provavelmente voltar a fazer mais do mesmo – se isto é humano, se é isso que é preciso, então afinal eu sou humana”, escreve LeGuin.
Pois é precisamente o que Pavón cria neste continho tão curto, através de descrições detalhadas de quase todas as bolsas que teve, desde a infância: uma micro-história da cultura, mas também uma evolução de sua feminilidade; geral e particular superpostos com humor e autoironia. Que o tenha escrito como passatempo após lamentar ter sido largada pelas melhores amigas só torna a premissa mais saborosa.
O recorte metonímico permite uma história transversal dos usos e costumes na América Latina, das diferenças entre materiais e modelos entrando e saindo de moda aos passeios pelos desastres econômicos dos nossos hermanos. No fundo, além de um fragmento da micro-história de uma mulher argentina no late capitalism, à Carlo Ginzburg, o conto parece ter partido de uma simples proposta em uma aula de escrita criativa: conte sua vida através de todas as bolsas que teve.
O livrinho fecha com outra ode consumista, “Um frasco de removedor de maquiagem da marca vichy que roubei de um poeta em berlim”, e estas minúsculas denunciam o olhar de formiguinha de Pavón. Além do tino para o detalhe, o texto é, como “Trisha Erin”, uma chance para a autora prosseguir em sua mínima história da intimidade e detonar as idiossincrasias, vaidades e falsidades do mundo artístico, já que foi a Berlim convidada a ler seus poemas e em vez de bem recebida foi esnobada – daí roubar o frasco, só de vingança. A confissão de furto reverte em gesto rebelde e decolonialista – mas sem essa pompa da expressão “gesto rebelde e decolonialista”, porque Pavón é o tipo de escritora que não se pavoneia, antes ri de si mesma. O único erro deste livrinho é que ele acaba rápido demais. Sorte de quem cursou os talleres de escrita de Cecília Pavón.
Copy-paste incopiável
E já que estamos nas franjas do capitalismo e da criação, eis um romance que olha a indústria cultural do ponto de vista dos mais humildes: o revisor. Goleiro do mundo editorial, o revisor é o cara que todo mundo xinga se passa um errinho (esquecendo que o erro passou antes por todo o campo: autor, editor, preparador, outros leitores...).
“Se eu tivesse que criar uma teoria, uma tipologia da revisão, acho que começaria pelos olhos – pelo movimento ocular. Se cada revisão requer um modo distinto de ver, então eu poderia propor um catálogo de pontos de vista. O olhar panorâmico, por exemplo, de sobrevoo – muitas vezes o preferido para ingressar num texto. Como uma água nas alturas, o revisor desliza pela página verticalmente, de cima a baixo, mapeando o terreno, as estruturas. O interesse aqui é a ordem geral do texto, sua aparência à distância. O revisor reconhece o território, seus possíveis acidentes. É um voo de altitude, ligeiro, para calibrar o espírito e armar o ataque.”
Autor do belo volume de contos Histórias Naturais, o mineiro Marcílio França Castro é dono de um dos textos mais refinados da literatura contemporânea. A elegância de uma pena é ela mesma o tema de seu primeiro romance, Os Últimos Copistas (Cia das Letras), que se cruzam uma narrativa do século 21, na passagem do analógico para o digital, e uma no século 16, quando o trabalho de copistas como Ângelo Vergécio – cuja caligrafia originou a fonte Garamond – começou a ser substituído pela máquina. A amizade quase romance entre um revisor e uma ilustradora, nos dias de hoje, é iluminada pela pesquisa desse mundo antigo. É livro pra ser lido com aquele tempo de quem sabe de que nosso tempo está nos últimos minutos antes de revisores e escritores serem trocados por IAs (eu vou lhe avisar, goleiro não pode falhar).
Angústia mesmerizante
Jon Fosse, o André Sant’Anna deles, foge da escrita de representação realista na direção de uma escrita que emule os torneios mentais tortuosos de um homem solitário que é forçado a conviver com a esposa de Knut, seu amigo de infância, uma mulher por quem já teve uma obsessão doentia. Digo que é o André Sant’Anna deles pois o norueguês também gosta dos curtos-circuitos mentais em que nosso gênio autor de Discurso Sobre a Metástase (Todavia) transita, se emburaca e buzina; curtos-circuitos de repetição, circularidade e becos sem saída que lembram um autor que ambos curtem, Thomas Bernhard.
Pena que a Academia Sueca não tenha senso de humor, senão teria dado o Nobel para o fluminense André, e não para o gelado Jon. A Casa de Barcos (trad. Leonardo Silva, Fósforo), ambientada à beira de um fiorde (jura?), foi publicada em 1989 e, como outros livros do premiado norueguês, é torturantemente frio feito hit do Joy Division. Mas, apesar da falta de graça, esta escrita, creia, nos leva ao estado de graça.
“Ainda não é o fim nem o princípio do mundo
calma
é apenas um pouco tarde”,
diz o poeta português Manuel António Pina. “O fim do mundo será lento e fedorento”, imagina o infectologista mineiro Nelson Rodrigo Martins. “O futuro já chegou – só não foi bem distribuído”, explica o escritor canadense William Gibson. Entre promessas tão alvissareiras, urge estudar a colapsologia – ramo da ciência especulativa que processa os cuidados paliativos que a humanidade precisa para uma, digamos, aterrissagem mais suave, se isso for possível.
Esta é a premissa de Como Tudo Pode Desmoronar, de Pablo Servine e Raphäel Stevens (trad. Newton Cunha, Perspectiva). Numa época em que filmes distópicos como Guerra Civil e séries como The Last of Us são blockbusters sexies, a humanidade lambe os beiços à espera do fim. E está próximo: a dupla imagina que em 2030 o mundo terá mudado totalmente. A sensação é de que logo antes haverá um colapso social, o que inclui o preocupante ressurgimento do fascismo em várias partes do planeta. Ainda assim, os cientistas acreditam na solidariedade como um valor a ser praticado.
“A única maneira de sobreviver neste século será a ajuda mútua. Além do mais, os que não ajudarem os demais serão os primeiros a morrer. Como os viciados em drogas, teremos que aprender a deixar drogas como o petróleo, a riqueza ou o PIB. Todas as civilizações que sucumbiram no passado, seja por guerras sangrentas, catástrofes climáticas ou desastres comerciais, compartilhavam um denominador comum: as péssimas decisões que seus líderes tomaram para sair de cada uma dessas crises. Vivem em uma bolha de conforto que os convence de que a estrada continuará em linha reta. Até que se vejam caindo no precipício, como o Coyote perseguindo o Papa-Léguas”, afirmam.
Além de demonstrar, usando ciência e não palpites, que o Antropoceno é uma realidade objetiva e o abismo nietzschianamente já conhece de cor a nossa língua (deve ter aprendido com uma IA), a dupla de cientistas busca responder questões irrespiráveis:
por que é tão difícil fazer as pessoas entenderem que o fim de fato está próximo? O que nos ensinaram as antigas civilizações sobre o apocalipse? Como se faz para “viver com isso”? Como reagiremos na qualidade de corpo social se tal processo durar dezenas de anos? Que políticas considerar, não para evitar essa eventualidade (não dá mais tempo), mas para atravessá-la da maneira mais humana possível? Podemos nós mesmos entrar em colapso, estando conscientes do que se passa?
E adiciono mais uma: como contar às nossas crianças?
Amazônia remixada
Esta semana a poeta Susy Freitas vem de Manaus para lançar em São Paulo seu primeiro livro em prosa, a antologia de contos Madnaus (Reformatório). Vai ser na Ria Livraria, com direito a leituras de Michi Provensi e Yan Rego, mediadas por este que vos newsletta. Assim disse Fausto Fawcett:
A escrita de Susy Freitas tem pique de arrebatamento. É uma escrita-grimório que lida com encantamentos e desencantamentos, sortilégios e feitiços de fetiches, mas não de uma forma caricatural, como anda em voga, explorando um xamanismo ancestral cheio de fundamentalismo identitário. Nada disso. Muito melhor e mais instigante, porque é uma escrita de encruzilhada verbal, capitaneando os chamamentos da atualidade feroz, onde as mitologias da Amazônia, como zona franca faroeste, inferno verde com fronteiras clandestinas e oficiais, entram em fusão de cruzamento com as mitologias dos campos de força da Antiguidade representados pelas reservas encurraladas, corrompidas, dos ditos indígenas. As entidades evocadas & invocadas saem do choque & fusão entre o bioma selvagem raiz & o urbeoma que chega forasteiro, cheio de tecnoselvageria de consumo civilizado. Os dois biomas, entranhados na escrita contundente de Susy, misturando fantasmas de vapor, tomando banho usando jaquetas de couro, sonhando nas folhas e nos bebês aliens em expansão, mexendo com pedais de distorção, na aceleração corporal de uma Baby Love mãe, nas motos cercando as torres de observação, e nas rezas agitando espíritos celestes para que a baba chuvosa geradora dos rios aéreos volte a marcar sua presença. A escrita de Susy Freitas é uma escrita-grimório saída de uma Amazônia mixada e desconcertante. Porque Susy, a exemplo das suas personagens, é uma amazona desconcertante e remixada, escancarando em sua escrita a pulsação acelerada de tudo o que acontece no Norte das nossas vidas.
Boralá?
Gracias pela leitura,
Um abraço,
Ronaldo Bressane