A primeira pessoa do singular
Iza, Emmanuel Carrère, autoficção e um curso de literatura e erotismo
Iza e Carrère: duas histórias de traição
Fofocando com seu Zé, o porteiro macumbeiro do meu condomínio, comentávamos o recente bafafá envolvendo a deusa Iza e o zé-ruela do clube Mirassol que, como todo mundo sabe, não soube tirar o time de campo durante a gravidez da esposa e meteu um gol contra. “Rapaz, o marido da Iza, como é que pode?”, ele esbravejava. “O que aconteceu foi uma coisa muito perigosa. Se você é um mequetrefe que ganha a Iza na loteca da vida e troca essa deusa por uma meia foda sem borogodó, tudo é permitido”, postulou dostoievskianamente Zoinho, o assistente do Zé que é filósofo nas horas vagas, ou seja, todas, já que o incansável Zé faz todo o seu trabalho da portaria, basicamente receber e triar as encomendas e fofocar.
“Vai ver ele não aguentou a pressão de ser namorado da Iza”, comento, atento ao contraditório da vida. Mais vesgo que de costume, Zoinho concorda: “Não deve ser fácil viver com uma deusa, o que ele teve foi é nostalgia da sarjeta. Um sentimento clássico entre os cafajestes”, reflete. “Mas sabe o que mais me dói?”, solta seu Zé, passando a mão nas guias no pescoço, e nossa atenção é atraída com veemência, pois seu Zé é um queridão e não queremos que nada no mundo doa nesse baixinho. “O que mais me dói é que daqui a uma semana ninguém mais vai falar disso. Em uma semana todo mundo já esqueceu da Iza. Já vai ter outro escândalo, outro chifre, outra mutreta, outra patifaria do governo... e se o Bolsonaro for preso então...” Zoinho se arregala: “Se o Bolsonaro for preso é carnaval em julho!”, e nós três rimos.
Entendo a dor do seu Zé. O escândalo de ontem sempre será ultrapassado por um absurdo sem noção amanhã. Vivemos na época em que todo mundo sabe o que está tatuado no cu da cantora mais famosa do país (se não sabe, google, tem imagens). Está tudo tão rápido que já passou metade do ano e você ainda não viveu o amor da sua vida, nem terminou aquele projeto, ainda não viajou para o lugar sonhado muito menos conseguiu pagar os boletos todos, mas a sua ansiedade continua no mesmo lugar: pra ontem. A Era da Ansiedade é tão veloz e bipolar que, ao nascer, provavelmente numa live, o filho de Iza já vai estar falando outra língua, Iza já vai ter casado de novo (meu amor, vê se escolhe um cara legal dessa vez) e o volante do Mirassol já vai ter sido comprado pelo Corinthians pra nos levar à série B.
É um primor de autoficção o vídeo em que Iza espertamente toma para si a narrativa da própria desgraça (não estou a julgando oportunista, mas tenho certeza de que ela percebeu a chance de monetizar a patifaria do ex marido para agregar o valor da vitimização ao seu já enorme capital simbólico consolidado como mulher forte; por sua vez, o cafajeste perdeu alguns trabalhos porém ganhou milhares de seguidores: pós-capitalismo, baby, jogo jogado, vida adulta… mas esse texto não é sobre isso). Com honestidade genuína, equilibrando emoção e razão, Iza depõe o que aconteceu, como descobriu e como interpreta os eventos. E também antevê o que virá a acontecer. Autoficção de prima, como performance.
Quem viu o vídeo sentiu: ferida, a deusa condenou os mortais com quem se relacionou à irrelevância eterna. É assim desde que o samba é samba. Afrodite, ao ser traída por seu amante Ares com Eos, fez com que a deusa personificadora da aurora virasse uma eterna emocionada, pulando de deus em deus, sempre chifrada; já o traidor de Iza e a amante dele, uma diva do Onlyfans, certamente serão despachados para o Hades das subcelebridades – um reality show, ou, com sorte, um programa na Record. A voz de Iza é veemente, firme e tem a serena fúria dos justos. Foi visto dez milhões de vezes só no primeiro dia em que foi ao ar. Super autoficção na era dos super influencers.
Baseado em fatos reais
Autoficção, segundo a teoria literária, é o tipo de narrativa que condensa em uma só as três figuras de uma ficção: o autor, o narrador e o protagonista. E tudo é ficção - memória, sonho, história que se conta, tudo é fiado. Em sua expressão mais direta, usa a primeira pessoa do singular, o que a embala na fôrma do depoimento, do testemunho direto do que veramente teria acontecido. Para funcionar, a autoficção estabelece o chamado pacto autobiográfico, gerando no leitor a impressão verossímil de verdade verdadeira – de que o que está sendo contado aconteceu mesmo com a pessoa que está contando, “baseado em fatos reais”.
É o fetiche que atiça a cabeça de todo mundo: se tudo é ficção, se até mesmo minha vida parece uma mentira, o tal “baseado em fatos reais” me dá a ilusão de ser atirado no fogo da emoção autêntica. Só as crianças acreditam na verdade verdadeira, jurada juradinha, porém Como diria Krishnamurti, “a verdade é uma terra sem caminhos”: as várias nuances entre fato objetivo e ficção subjetiva, edição e interpretação, podem estremecer um pouco o tal pacto autobiográfico, porque mais que nos pareça autêntico. A mera escolha do que se vai contar já é uma lente que deturpa o real.
Se, ao vermos o vídeo postado por Iza, temos a impressão, por força do audiovisual, de acessar o real em direto, na literatura as coisas são nuançadas e sombreadas. O vídeo da rede social se presta a saciar nossa fome de realidade; a literatura, ao contrário, atiça ainda mais essa fome, porque nos nega o acesso à totalidade do real. Talvez por estarmos sempre fora do tempo, atrasados ou adiantados demais, sem conseguir viver o presente, que é a única coisa real que existe (quem diz isso é o Eddie Murphy na maravilhosa entrevista ao NYT).
Minha defesa do literário passa por esta incessante fuga da realidade que a pedra fria promove, pacificando a nossa ânsia por novos fatos espetaculares; a literatura necessariamente impõe uma mirada larga no tempo, e o silêncio da comunicação de um livro, de um escritor para um leitor, consegue reviver esse presente: afoga nossa ansiedade na água gelada. Já pensou se assistíssemos ao vídeo de Iza como se fosse uma novela antiga, sem a expectativa no futuro imposta por um bebê na barriga?
Então lembrei de um livro de 2007 que só fui ler agora em sua reedição, Um Romance Russo, de Emmanuel Carrère (Alfaguara, trad. André Telles). O autor francês é especialista em entremear à própria vida episódios da História, unindo o íntimo ao universal, sempre mantendo o tal pacto autobiográfico expresso em uma voz inconfundível, em que confluem curiosidade jornalística, melancolia, humor e uma habilidade sobrenatural na fabulação de histórias. Um episódio distante lhe atiça a curiosidade: a descoberta de que um soldado húngaro havia passado cinquenta anos preso e incomunicável em uma clínica psiquiátrica em uma cidade perdida da Rússia. Junta uma equipe de cinema e vai para o povoado, disposto a encontrar alguma história, mas não acha nada de interessante.
Ao mesmo tempo, quer se reconectar ao seu próprio passado russo, e ao reler cartas escritas pelo avô, descobre um personagem fascinante, parente do O Homem do Subsolo dostoievskiano: um sujeito tão brilhante quanto ressentido, francamente fascista. E ao mesmo tempo, recém-separado da mãe de seus filhos, se envolve com Sophie, uma namorada mais nova, por quem tem uma paixão avassaladora. Como nas matrioshkas russas, uma história está dentro da outra; como os anéis de uma cebola, elementos de uma narrativa encostam em outra, multiplicando versões e possibilidades de interpretação. Daqui pra frente vão aparecer alguns spoilers do livro, já aviso aos leitores mais delicadinhos.
O que me sugere uma aproximação entre a história do francês e a história da carioca é também um escândalo íntimo (para usar uma expressão de outra cantora, Luiza Sonza). Ocorre que, estando na Rússia, longe de Sophie, no meio de uma crise no relacionamento, desesperado por se fazer presente para a namorada, Carrère inventa uma novela erótica, escrita na segunda pessoa, dirigida a Sophie, em que o narrador não só descreve detalhadamente o corpo da amada – incluindo detalhes anatômicos da genitália –, como ambienta sua história em uma determinada viagem de trem na França, em que a destinatária do conto deverá ler o conto, publicado na edição daquele domingo do Le Monde. Na história, o narrador, que é o próprio Carrère, vai comandando os atos manuais de sua namorada no trem, sendo que o gran finale deverá se desenrolar dentro do banheiro. Ah, a autoconfiança do homem hétero!
Para acrescentar mais uma camada a esse mise-en-abyme, história-dentro-da-história, Carrère de fato convida a namorada para viajar com ele exatamente neste trecho ferroviário descrito no conto publicado no Le Monde. Seu plano é fazer com que a namorada leia a história na hora em que ela está sendo contada no jornal. Seria uma espécie de declaração de amor publicada aos quatro ventos, um triunfo da literatura sobre a vida, uma maneira de contornar a crise do relacionamento e fazer Sophie se apaixonar ainda mais por ele. No entanto, como sabe todo artista que tentou manipular a realidade através de passes de mágica, as coisas dão errado (e é por isso que o livro dá certo: flerta o tempo todo com o fracasso).
Autoficção versus física quântica
Primeiro que Sophie resolve não viajar com Carrère, dando a desculpa de um colapso mental de uma amiga. O desenlace é ainda mais frustrante porque Carrère passa o tempo todo na viagem de trem vendo outros leitores lendo seu conto, e chega a ser reconhecido, mas não da maneira como idealizou. Sua vaidade está comprometida pois a destinatária a quem foi dedicada a história não o leu; assim, ele passa os dias seguintes recebendo e-mails de leitores e cartas destinadas ao jornal; um escritor rival, Philipppe Sollers, o despreza em uma crônica; sua história é tema de programa de TV (sim, na França existem programas sobre literatura em TV aberta, com muita audiência); os leitores o elogiam no privado e o detonam no público, criticando a sensualidade explícita da história, que muitos acham de mau gosto (eu também achei meio brega – mas tranquilo, o brega também pode participar do erótico). Quando afinal consegue se encontrar com Sophie, dias depois, descobre que ela não quis viajar com ele pois percebeu que havia engravidado – de outro homem. Um cara que ela conheceu quando Carrère viajava pela Rússia.
Enquanto lida com a repercussão da novela publicada no jornal, com as hesitações em relação ao documentário sobre a cidadezinha russa, com as descobertas sobre o avô fascista provavelmente morto pela Resistência, com o tanto de transtorno bipolar e narcisista, depressão severa e rancores diversos que herdou do avô russo e que se espalham tanto por sua vida particular quanto por sua própria mirada estética – o livro vaga numa montanha-russa de emoções entre a melancolia mais profunda e instantes de beleza e graça – , Carrère é corroído pelo demônio do ciúme, pela impossibilidade de controlar sua paixão, e se torna um sujeito nojento. A brutalidade em expor tanto seu momento frágil e sua degradação moral é amortecida pela autoconsciência em se saber proprietário de todos os privilégios de homem branco bem-sucedido, os quais usa para cercear a liberdade de Sophie e tentar prendê-la a qualquer custo, ao mesmo tempo em que lhe atira na cara toda sorte de baixarias.
Embora Carrère seja um mestre da autoficção que inclui a chamada virada etnográfica – como tem formação de jornalista, se interessa em documentar o que está do lado de fora de sua carapaça de escritor egocentrado –, e portanto inclua nessa história não só as críticas que lhe dirigem pessoas próximas quanto as justificativas de Sophie para sua traição, um fato é inescapável. Só temos acesso a uma verdade: a verdade de Carrère. Ele nos mostra o mundo, sim - mas da perspectiva do seu umbigo.
“O observador incide sobre o observado”, eis um axioma da teoria quântica. O objeto, ao se tornar sujeito, transforma o sujeito em objeto. A assimetria presente em todo relacionamento amoroso impede que acessemos este ponto de vista privilegiado na trama: a perspectiva de Sophie. Talvez seja impossível, por mais que a autoficção seja transparente, buscar o ponto de vista do Outro – é um conflito com o qual Annie Ernaux também se deteve, em especial nos seus livros sobre relacionamentos, como Paixão Simples e O Jovem (Fósforo). Afinal, de quem é a história?
A história é de quem conta
“Pode-se afirmar que aquilo que entendemos como nossa história não é a verdade, e sim a narrativa que construímos sobre nós mesmos; ao mesmo tempo, não se pode negar que acreditamos nessa narrativa tal como se ela fosse a verdade – mesmo que pairem desconfianças, mesmo que novas verdades acabem brotando ao longo do tempo. Ao contrário de escritores que colocam sua identidade em questão em seus textos, Carrère não joga com ela; suas narrativas não ficcionais trazem, até o momento, referências inquestionáveis do escritor – referência a seus livros, filmes, família, amigos – e vêm pontuadas por informações que se supõem verídicas e verificáveis”, escreve Mariana Delfini em sua dissertação de mestrado sobre o livro de Carrère (alô editoras, que tal publicar essa beleza de pesquisa?).
Delfini inclusive revela uma incongruência no livro de Carrère: ele não menciona um detalhe muito específico sobre o seu avô que ela descobriu ao visitar o cemitério onde está enterrado, e que poderia mudar a trama. Ao confrontar Carrère durante sua entrevista com o autor, ele se fez de sonso.
O gesto de Iza tem ressonância com a autoficção de Carrère: quem é a dona da história é ela, antes que os Leos Dias da vida a destruam. Mas, como eu disse lá no começo, na era da super exposição, os mistérios da vida desaparecem e a quantidade infinita de escândalos nos entedia. As verdades e contraverdades se sucedem e já não nos importamos mais com a substância do real. A alternativa a essa gritaria toda talvez seja o silêncio; a negação. É o que faz Sophie em relação à novela erótica de Carrère, que a França inteira viu: o autor afirma que ela nunca leu. Será?
Invenções de Morel é a newsletter da revista Morel, cujo número 12 está sendo rodado exatamente agora. Além de uma entrevista com a melhor cantora de todos os tempos da última semana – ainda é segredo... –, a edição de Inverno traz ficções inéditas de J.P.Cuenca, Luiza Geisler, Marcelino Freire, Ricardo Terto, Michelli Provensi, Reuben da Rocha e André Sant’Anna. Entre muitas outras coisas classudas que só o leitor de Morel acessa… a revista não tem versão digital e é impressa on demand em papéis premium pela Ipsis; veja aqui.

Da Rússia, com amor
E por falar em autoficção e literatura russa, você vai amar Em Memória da Memória, de Maria Stepánova. O novo selo Poente, editado por Flavio Pinheiro na WMF Martins Fontes, tem trazidos vários achados europeus, e aqui cobre o rombo brasileiro de literatura russa contemporânea com esse superpremiado livraço (540 págs.). Quando sua tia morre, Stepánova chafurda em cartas, postais, fotografias e documentos, tentando reconstituir o passado familiar, marcado pela diáspora judaica. Ao perceber contradições e fazer descobertas incríveis - como a fotografia de uma mulher nua, do início do século 20, que acaba desencadeando uma bela digressão sobre a natureza ambígua da fotografia (lembre-se por exemplo de uma foto que você tinha e perdeu) -, Stépanova vai costurando seu assombro com narrativas e reflexões ensaísticas sobre como a memória é uma espécie de colonização do presente pelo passado:
Três dicas sobre as pessoas dos livros
Para quem quer se aventurar nos meandros e nas definições da autoficção, indico esse clássico contemporâneo, verdadeiro hit acadêmico, que é Escritas de Si, Escritas do Outro: o Retorno do Autor e a Virada Etnográfica, de Diana Klinger (7 Letras). Já o poeta e professor Leonardo Gandolfi revela que escreve seus poemas mirando na primeira pessoa mas acaba falando através de uma quarta, neste belo ensaio. E Carol Bensimon, em uma das melhores newsletters da nova blogosfera, Nevoeiro, evocando também a quarta pessoa de Olga Tokarczuk, anuncia (na primeira pessoa) que está se despedindo da escrita em primeira pessoa para escrever um novo romance na terceira.
Um outro exemplar de autoficção, porém em pegada bem diferente, é o primeiro romance do DJ e jornalista Peu Araújo, Parque Modelo (Jabuticaba). Etnógrafo da própria quebrada, o tal bairro periférico do título, Araújo trabalha na fina linha da navalha da dialética do sobrevivente, como sugere Kalaf Epalanga no posfácio: saiu do bairro, mas o bairro não saiu dele; só que quando ele volta ao bairro, quase não o reconhece, nem por ele é reconhecido. Uma sensação bem comum a nós habitantes do limbo da periferia, quando fazemos a migração para os chamados “bairros nobres” de SP. Porque as periferias são territórios do desenraizamento, de figuras que migraram de outros lugares para essas cidades-dormitório, sempre à espera de sair para um novo lugar, às vezes voltando, e muitas vezes ficando. “Depois do corre, vem outro corre”, explica Ricardo Terto no prefácio: os personagens dessa franja da cidade estão sempre em trânsito, portanto o romance é construído sobre os encontros com essas figuras do passado. Na trilha de João do Rio, Lima Barreto, Plínio Marcos e Joâo Antônio, Araújo se junta a nomes atuais como José Falero, Yan Rego e Evandro Cruz Silva, que também buscam a apreensão de uma novíssima linguagem, a vagar entre gírias de diferentes cepas sociais. Se periferia é periferia em todo lugar, como disse o rapper Gog, Araújo rima com Vitor Ramil: não estamos à margem de um centro, mas no centro de uma outra história. Narrativa fluida, pra ler numa tarde. Bela estréia.
Autoficção é uma das técnicas que vamos trabalhar em meu novo curso, Preliminares. Uma oficina de ficções breves, Preliminares propõe investigar o erotismo como ferramenta de faíscas e catalisador de conflitos narrativos. Se Eros é o doceamargo, como define Anne Carson, a trilha para escrever literatura a partir do erotismo não só percorre encontros como também atritos, demandas, expectativas, paradoxos e revelações - toda escrita parte do corpo. O curso é online e dura seis encontros de três horas, em que sugiro propostas de escrita e também lemos e comentamos os textos produzidos pelos participantes. Começa em agosto. Mais detalhes aqui.
Gracias pela leitura!
Um abraço,
Ronaldo Bressane
como me recuso a me contentar com o silêncio e a negação na era do fim dos mistérios e da super exposição: existem tb as alternativas dos atos psicomágicos do jodorowski e da máscara mágica invisível do david bowie (daqui: https://headbutler.com/reviews/a-david-bowie-story-heres-a-mask-its-magic-invisible-put-it-on/ )
X-D rs bjs!
Só fiquei curiosa: o que diabos Delfini achou no túmulo do avô do Carrere?